Metade da comida produzida no mundo é desperdiçada, afirma estudo
Da Redação
Praticamente metade de toda a comida produzida no mundo é desperdiçada todo ano, de acordo com dados de uma pesquisa do Instituto de Engenharia Mecânica do Reino Unido. A quantidade é de, aproximadamente, dois bilhões de toneladas de alimentos.
Os engenheiros acreditam que os culpados pelo número são as datas de validade desnecessariamente restritivas, promoções “compre um e ganhou outro de graça” e a demanda dos consumidores ocidentais por comidas esteticamente perfeitas. Más práticas de agricultura e engenharia, infraestrutura inadequada e péssimo armazenamento de produtos também contribuem para o desperdício.
À luz da previsão das Nações Unidas de que poderá haver mais três bilhões de pessoas no mundo ao final do século, bem como a crescente pressão sobre os recursos necessários para produzir comida – incluindo terra, água e energia – o Instituto está pedindo por ações urgentes para evitar o desperdício de alimentos.
De acordo com a pesquisa, aproximadamente 55 bilhões de metros cúbicos de água também nunca chegam aos consumidores. A dieta carnívora dificulta a situação, visto que é preciso gastar de 20 a 50 vezes mais água para produzir um quilograma de carne do que um quilograma de vegetais. A demanda de água para a produção de alimentos pode chegar à 13 trilhões de metros cúbicos em 2050 – de 2,5 a 3,5 vezes mais do que o uso total de água por humanos hoje.
“A quantidade de comida desperdiçada no mundo é chocante. Esses alimentos poderiam ser usados para alimentar a população crescente do mundo, assim como os que passam fome hoje. Há também o desperdício desnecessário da terra, da água e da energia utilizada na produção desses alimentos”, lamentou Tim Fox, membro do Instituto de Engenharia Mecânica do Reino Unido.
Para evitar mais desperdício, governos, agências e a ONU devem “trabalhar juntos para mudar a mentalidade das pessoas a respeito do desperdício, assim como desencorajar práticas que causam desperdício por parte dos fazendeiros, produtores de comida, supermercados e consumidores”, afirmou o Instituto.
Com informações do The Guardian